"É apenas com o coração que se pode ver direito; o essencial é invisível aos olhos." (Antoine de Saint Exupéry)

SEJAM TODOS MUITO BEM VINDOS!

SEJAM TODOS MUITO BEM VINDOS!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Veja que recurso tecnológico maravilhoso!!!

A Audioteca
Meus olhos são seus olhos


A Audioteca Sal & Luz é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que produz e empresta livros falados (audiolivros) para pessoas cegas ou com deficiência visual, em todo o território nacional, de forma gratuita.

Possui, hoje, mais de 1.700 associados e conta, em seu acervo, com cerca de 2.700 títulos, entre didáticos/profissionalizantes e literatura.

Nosso objetivo é proporcionar, aos nossos associados, meios para a conquista de uma vida com qualidade.

Mais do que inclusão, desejamos viver numa sociedade que não exclua seus filhos, a despeito de todas as diferenças. Que essas diferenças sejam o estímulo necessário para nosso crescimento individual e para a construção de uma nação mais justa.

Conheça nossa história:
http://audioteca.org.br/audioteca.htm

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

3 de dezembro Dia Internacional das Pessoas com Deficiência

Idéias práticas em apoio ao 3 de dezembro - Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. Este documento foi preparado por Agnes Fletcher, publicado originalmente em inglês por Disability Awareness in Action/Disabled Peoples’ Internacional. A edição em português foi traduzida por Romeu Kazumi Sassaki.

A 37ª Sessão Plenária Especial sobre Deficiência da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, realizada em 14 de outubro de 1992, em comemoração ao término da Década, adotou o dia 3 de dezembro como Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, por meio da resolução A/RES/47/3. Com este ato, a Assembléia considera que ainda falta muito para se resolver os problemas dos deficientes, que não pode ser deixado de lado pelas Nações Unidas.

A data escolhida coincide com o dia da adoção do Programa de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiência pela Assembléia Geral da ONU, em 1982. As entidades mundiais da área esperam que com a criação do Dia Internacional todos os países passem a comemorar a data, gerando conscientização, compromisso e ações que transformem a situação dos deficientes no mundo. O sucesso da iniciativa vai depender diretamente do envolvimento da comunidade de portadores de deficiência que devem estabelecer estratégias para manter o tema em evidência.

IDÉIAS PRÁTICAS EM APOIO AO 3 DE DEZEMBRO:

DIA INTERNACIONAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Um dia para promover os Direitos Humanos de todas as pessoas portadoras de deficiência

Este documento foi preparado por Agnes Fletcher, publicado originalmente em inglês por Disability Awareness in Action/Disabled Peoples’ Internacional. A edição em português foi traduzida por Romeu Kazumi Sassaki e publicada pelo PRODEF-Programa de Atendimento aos Portadores de Deficiência, Secretaria Municipal de Assistência Social, da cidade de São Paulo e pela APADE-Associação de Pais e Amigos de Portadores de Deficiência.

Do que se trata

Na Sessão Plenária Especial da Assembléia Geral das Nações Unidas para Pessoas com Deficiência (1983-1992), foi aprovada uma resolução que declara o dia 3 de dezembro de cada ano como o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.

A comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas pela Resolução 1993/29 de 5 de março de 1993:

"Apela a todos os Países - Membros que enfatizem a observância do Dia Internacional (...) a fim de que as pessoas com deficiência desfrutem plena e igualmente dos direitos humanos e participem na sociedade (...)"

O Nosso Dia

Esse documento foi projetado para dar apoio ao trabalho das organizações das pessoas deficientes na observância e celebração do Dia Internacional. Este é o Nosso Dia e podemos utilizá-lo para promover nossas organizações e os direitos das pessoas com deficiência no mundo inteiro – nos níveis local, nacional, regional e internacional. Ele pode ser também uma oportunidade para estimular debate sobre os assuntos de deficiência em geral e tornar públicos os programas, as políticas e as leis boas e más.

Nós temos valor

Muitos de nós ouviram durante anos que as nossas vidas têm pouco valor. Mas a verdade é que as nossas necessidades são importantes, as nossas habilidades e experiências são de enorme valor para a comunidade, a sociedade, o mundo.

Nós temos direitos, necessidades e habilidades como quaisquer outras pessoas.

Daqui para frente nós teremos o nosso Dia Internacional todos os anos para falarmos ao mundo sobre esses direitos, necessidades e habilidades e assegurarmo-nos de que eles serão respeitados.

Quais são os objetivos do Dia Internacional

Os eventos para marcar o Dia Internacional devem:

  • envolver as pessoas com deficiência e suas organizações.
  • celebrar nossa experiência e perícia.
  • conscientizar sobre assuntos de deficiência.
  • promover os direitos humanos de todas as pessoas portadoras de deficiência.

Os objetivos de longo prazo incluem:

  • conquistar oportunidades iguais às de pessoas não portadoras de deficiência.
  • garantir que pessoas com deficiência possam participar plenamente da vida da comunidade.
  • assegurar que pessoas deficientes tenham voz em programas e políticas que afetam nossa vida.
  • eliminar a violação de nossos direitos humanos.
Questões

Eis algumas das questões nas quais devemos nos concentrar:

  • Reabilitação – que seja adequada às nossas necessidades e que garanta participação e independência.
  • Acesso – à moradia decente e pagável e a todos os novos edifícios e recintos públicos e também a alterações feitas durante a reforma de edifícios antigos.
  • Transporte – cujos serviços sejam acessíveis a todas as pessoas e não uma medida separada.
  • Educação – que seja integrada e com apoio, se necessário.
  • Emprego - acessível e com igualdade de remuneração e condições.
  • Informação – disponível também em meios de comunicação acessíveis a pessoas com deficiência visual ou auditiva.
  • Influência – sobre programas e políticas que nos afetam.

Juntos somos fortes

LEMBRETE

Sozinho, ninguém consegue mudar muita coisa. Juntando-nos em organizações e apresentando-nos como membros fortes e contribuintes na comunidade e possuidores de necessidades e habilidades e direitos, nós – as pessoas com deficiência – podemos influenciar a sociedade em que vivemos.

O QUE É A DEFICIÊNCIA?

Explicações sobre a deficiência

Em todo o mundo, as pessoas deficientes estão entre os mais pobres dos pobres, vivendo vidas de desvantagem e privação. Por quê?

Tradicionalmente, a deficiência tem sido vista como um "problema" do indivíduo e, por isso, o próprio indivíduo teria que se adaptar à sociedade ou ele teria que ser mudado por profissionais através da reabilitação ou cura.

Hoje, as pessoas portadoras de deficiência e suas organizações descrevem, a partir de suas experiências, como as barreiras econômicas e sociais têm obstruído a participação plena das pessoas portadoras de deficiência na sociedade.

Estas barreiras estão espalhadas a tal ponto que nos impedem de garantir uma boa qualidade de vida para nós mesmos.

Esta explicação é conhecida como o modelo social da deficiência, porque focaliza os ambientes e barreiras incapacitantes da sociedade e não as pessoas deficientes. O modelo social foi formulado por pessoas com deficiência e agora vem sendo aceito também por profissionais não-deficientes. Ele enfatiza os direitos humanos e a equiparação de oportunidades.

Promover esta forma de pensamento sobre a deficiência é o que pretende o Dia Internacional.

Encontrando soluções

O novo desafio consiste em que pessoas deficientes e formuladores de políticas compartilhem suas perícias e decidam sobre soluções alternativas para o "problema" da deficiência, soluções estas baseadas na remoção das barreiras da sociedade e na plena integração e que ensejem às pessoas com deficiência uma participação plena e igualitária na sociedade.

Enfatizando direitos, não a caridade!

Existem ainda muitas pessoas que não entendem que:

  • a deficiência é uma questão de direitos humanos.
  • as violações contra os direitos humanos das pessoas deficientes ocorrem diariamente em todos os países do mundo.
  • estas violações estão institucionalizadas nos sistemas administrativos de cada país.

Vocês encontrarão, aqui neste documento, alguns fatos e números sobre a natureza global da deficiência e alguns exemplos específicos de violação ocorridos em diversos países.

Cabe à organização onde vocês atuam identificar as violações específicas com que se defrontam os membros e fazer com que a comunidade inteira conheça essas violações.

OS NOSSOS DIREITOS HUMANOS

Os direitos humanos incluem direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e de desenvolvimento.

Os direitos civis e políticos incluem os direitos:

  • à vida
  • à liberdade de expressão
  • a um julgamento justo
  • à proteção contra tortura e violência

Os direitos econômicos, sociais e culturais incluem os direitos:

  • ao trabalho em condições justas e favoráveis
  • à proteção social
  • a um adequado padrão de vida
  • aos padrões mais altos possíveis de saúde física e mental
  • à educação
  • ao usufruto dos benefícios da liberdade cultura e do progresso científico

Os direitos de desenvolvimento são os direitos das nações:

  • ao desenvolvimento
  • à autonomia econômica
  • à paz e segurança

Estes direitos acham-se definidos em muitos documentos internacionais de direitos humanos. Eles se aplicam a todos os indivíduos, independentemente de sexo, raça, língua, religião ou deficiência física, mental, sensorial, etc).

Estes são os nossos direitos.

Precisamos fazer com que eles sejam respeitados.

Direitos Humanos. Conheça-os. Exija-os.

(Lema da Conferência Mundial de Direitos Humanos, Viena, Áustria, junho de 1993).

Existem vários documentos internacionais específicos para pessoas deficientes:

  • Declaração dos Direitos das Pessoas com Deficiência Mental (ONU)
  • Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes (ONU)
  • Programa Mundial de Ação relativo a Pessoas com Deficiência (ONU)

As duas declarações definem os nossos direitos:

  • de desfrutar uma vida decente, com a nossa dignidade respeitada
  • ao tratamento médico, psicológico e funcional.
  • à reabilitação física e social, educação, treinamento e reabilitação profissionais, aparelhos, aconselhamento, serviço de colocação e outros serviços que nos possibilitem desenvolver ao máximo nossas capacidades e habilidades e acelerem o processo de nossa integração ou reintegração social.
  • à segurança econômica e social e a um nível de vida decente.
  • ao emprego ou ocupação produtiva e filiação a sindicatos de trabalhadores.
  • de ter necessidades consideradas em todas as etapas do planejamento econômico e social.
  • de viver com nossas famílias e participar em todas as atividades sociais, criativas e recreativas.
  • à proteção contra qualquer exploração e todo tratamento discriminatório, abusivo ou degradante.

O Programa Mundial de Ações relativo a Pessoas com Deficiência é o documento da ONU sobre política na questão da deficiência.

Os efeitos do Programa Mundial de Ação são:

  • a prevenção de impedimentos evitáveis.
  • a reabilitação para possibilitar que as pessoas deficientes façam o mais possível.
  • a equiparação de oportunidades

PASSANDO PARA AÇÃO

Conscientizando o público

O objetivo principal do Dia Internacional é o de conscientizar a população a respeito das questões relacionadas à deficiência. Uma das maneiras mais simples de fazer isso consiste em falar com as pessoas. Conversando com alguém sobre vocês – o seu dia-a-dia, os seus pensamentos e sentimentos – vocês facilitam a compreensão dele a seu respeito. Se cada um de nós falar às pessoas a respeito de como a sociedade nos incapacita, nós poderemos avançar muito na direção da conscientização e da mudança de atitudes sobre a deficiência.

Mudando as atitudes

Para ajudar a mudar atitudes, é também importante juntarmo-nos a outras pessoas deficientes. Organizando eventos aos quais a comunidade local seja convidada, apareceremos como participantes ativos na sociedade — com idéias, habilidades, necessidades e direitos.

Direitos, sim; caridade, não

É muito importante certificarmo-nos de que o nosso Dia não seja utilizado como uma ocasião que reforce estereótipos tradicionais (pessoas deficientes tidas como passivos alvos da caridade e da ajuda). Muitos de nós estamos habituados a ter a maior parte de nossa vida controlada por outras pessoas. Precisamos não permitir que isso continue assim. Nós precisamos assumir o controle do nosso Dia. Apenas as pessoas portadoras de deficiência devem decidir como celebrar o Dia Internacional. Organizações não governamentais internacionais concordaram que a ênfase do Dia Internacional deva ser em direitos humanos, não em caridade, e isso foi apoiado em resolução da ONU.

PLANO DE AÇÃO
O que fazer

Juntem-se a outras pessoas com deficiência. Envolvam formuladores de políticas, profissionais e a mídia.

Tornem públicas as questões e soluções relativas a deficiência

Apontem como as mudanças beneficiarão a todos.

ALGUMAS IDÉIAS PARA AÇÃO

Sugestões

Arranjem para que programas de rádio locais, com perguntas ao vivo pelo telefone, estimulem a comunidade a debater sobre as questões da deficiência, mudar visões estereotipadas sobre pessoas deficientes e promover soluções que beneficiem a todos.

Programas de TV, tais como os noticiários e os talk shows, poderiam ser apresentados por pessoa deficiente, no próprio Dia. Pequenas alterações na rotina podem ter um imenso impacto.

Poderia uma autoridade local encomendar um trabalho artístico de uma pessoa deficiente para celebrar o Dia?

Que tal umas preleções a cargo de pessoas deficientes em locais religiosos na semana do dia 3 de dezembro?

Anunciem uma vigília de 24 horas (encontro para meditação em ambiente calmo e silencioso) dentro de um edifício público. Convidem o povo a comparecer e lá permanecer por algumas horas e talvez assinar uma Moção de Compromisso ao Programa Mundial de Ação relativo a Pessoa com Deficiência. (Peçam um exemplar da moção à Disability Awareness in Action (DAA), 11 Belgrave Road, London SW1V 1RB, Grã-Betanha)

Talvez vocês possam conseguir, a preço reduzido ou sem custo, um anúncio sobre o Dia Internacional em jornais locais.

Que tal o tempo?

Em algumas partes do mundo, o dia 3 de dezembro será provavelmente um bom dia para as pessoas estarem ao ar livre. Em outras partes, contudo, o dia poderá ser muito quente ou muito cinzento, frio, chuvoso ou com muita neve.

É importante pensar sobre isso quando planejar eventos. Se for inconveniente levar o público à rua devido à temperatura, então um evento abrigado será melhor. Pois é mais provável que as pessoas compareçam a uma reunião pública em recinto interno, talvez com bebidas quentes ou algo parecido.

REALIZAÇÃO DE EVENTOS

Líderes

Existem muitos eventos diferentes que podem divulgar o trabalho e comemorar o Dia Internacional – reuniões comunitárias, debates, desfiles, tribunais em recintos públicos, concertos, eventos desportivos e artísticos integrados, vigílias.

Se vocês forem organizar um evento, convidem um líder ou celebridade local para fazer a abertura oficial na condição de convidado de honra. Isto fará com que muitas pessoas se interessem pelo evento. Assim é mais provável que vocês conseguiram cobertura da mídia.

Leituras públicas

Vocês poderiam organizar uma sessão de leitura pública (simultaneamente com interpretação na língua de sinais) a ser feita por pessoas deficientes a respeito de experiências de vida, complementando o evento com exibição de filmes e vídeos. Dentre as pessoas que irão ler, devem ser incluídos homens e mulheres de diferentes idades, raças e tipos de deficiência.

Compromisso político e apoio comunitário

Vocês podiam solicitar ao governador ou prefeito para assinar uma Moção de Compromisso ao Programa Mundial de Ação relativo a Pessoas com Deficiência (Um exemplar está disponível na DAA e na Disabled People International). Isto poderia ser combinado com uma vigília durante a qual a população da sua comunidade compareceria e assinaria a Moção de Compromisso.

Antes de convidar oficialmente o governador ou prefeito para assinar a moção, conversem com secretários estaduais ou municipais e funcionários públicos de alto escalão a fim de conseguir o apoio deles. Qualquer carta dirigida ao governador ou ao prefeito passa primeiro por funcionários de primeiro escalão.

Informem essas autoridades que outros governadores e prefeitos de outras partes do mundo assinaram moções semelhantes e que haverá reconhecimento internacional da assinatura deles na Assembléia Geral da Nações Unidas.

Demonstrações públicas

Vocês podem fazer uma demonstração pública das suas opiniões sobre a questão da deficiência para marcar o Dia Internacional. Ela pode consistir de uma passeata ao longo de uma avenida principal da cidade, ostentando faixas e bandeiras feitas em casa para que os transeuntes possam ver quais são as questões. Este tipo de ato precisa ser cuidadosamente planejado para que ocorra bem e com segurança. Vocês necessitam:

  • considerar se este ato é apropriado.
  • informar as autoridades.
  • planejar o evento cuidadosamente.
  • conseguir que algumas pessoas com deficiência atuem como organizadores do ato.

SUGESTÕES DE EVENTOS

  • Teatro de rua focalizando temas de deficiência.
  • Comes e bebes com debates sobre os temas.
  • Exposições de obras artísticas produzidas por pessoas deficientes.
  • Competições sobre acessibilidade com prêmios para melhor ou pior.
  • Conferências e workshop para a mídia ou o público.
  • Dias de solidariedade com outros grupos religiosos, políticos ou comunitários.
  • Competição para crianças sobre moradias acessíveis sobre, por exemplo, quem constrói a rampa mais simples?
  • Dias de integração, com crianças de uma escola comum que visitam uma escola especial.
  • Eventos integrados inserindo esporte ou dança.
Publicidade

Qualquer que seja o evento, a publicidade é vital para que as pessoas portadoras de deficiência e outras saibam o que está acontecendo

Elaborem folhetos com a programação do evento e distribuam cópias em locais onde as pessoas deficientes possam vê-las.

Escrevam uma carta para a coluna de leitores de jornais locais convidando pessoas deficientes a comparecerem ao evento.

Anunciem o evento nas emissoras de rádio locais.

USANDO A MÍDIA
O poder da mídia

Uma das formas mais rápidas e eficazes de conscientizar as pessoas sobre a questão da deficiência é a mídia. Através de jornais, revistas, rádio e televisão, nós podemos fazer com que as pessoas saibam a respeito desta questão, do Dia Internacional e de nossos eventos.

Tentem saber quem é quem na mídia, lendo jornais, ouvindo programas de rádio, perguntando às pessoas.

Procurem identificar quais jornalistas e produtores de programas vocês poderiam abordar.

Enviem press releases (materiais e boletins informativos) para jornais e emissoras de rádio e televisão, fazendo-os chegar pelo menos três dias (mas de preferência uma semana antes do evento planejado). Certifique-se de que a mídia compreende a importância do Dia Internacional e de que o Dia foi proclamado pela ONU e está sendo celebrado em todo o mundo. O Dia Internacional não consta ainda do calendário regular de eventos, calendário esse que ajuda os profissionais da mídia a planejar matérias ao longo do ano. Portanto, precisamos envidar um grande esforço nos primeiros anos para implementar o Dia.

Histórias locais para a mídia local

Se vocês estão concentrados na mídia local, forneçam aos jornalistas de rádio, televisão e imprensa escrita casos de discriminação ocorridos localmente. Por exemplo, lojas inacessíveis, pessoas impedidas de entrarem em restaurantes, cinemas, empregos e escolas. Uma história pessoal sempre sensibiliza a mídia.

Contudo, devemos relembrar que as imagens estereotipadas tradicionais a respeito da pessoa deficiente têm sido uma importante barreira contra a compreensão das questões da deficiência por parte do grande público e dos formuladores de políticas

As estruturas e atitudes da sociedade são o problema

LEMBRETE
Sempre que vocês lidarem com jornalistas, estimule-os a focalizar os problemas e soluções sociais e não os individuais — não nas deficiências e sim nas barreiras sociais que impossibilitam a participação das pessoas deficientes.

Transformem em temas os obstáculos e discriminações que as pessoas com deficiência enfrentam no dia-a-dia: barreiras arquitetônicas e de comunicação e atitudes da sociedade para com as deficiências.

Direitos, não a caridade.
Respeito, não a piedade
Palavras e fotos: imagens da deficiência

Surgiram estas diretrizes aos profissionais da mídia:

Usem palavras que enfatizem igualdade e participação ativa.

Evitem linguagem que nos retrate como indivíduos trágicos ou vítimas dignas de piedade, necessitando caridade e desesperados em busca de cura.

As pessoas deficientes devem falar por si mesmas e atuar como apresentadores de programas.

Programas de televisão devem ter legendas para alcançar pessoas surdas. Façam com que as mensagens principais sejam audíveis para pessoas com deficiência visual.

Mostrem pessoas deficientes portadores de uma ampla gama de interesses, habilidades e estilos de vida. Mostrem homens e mulheres, de todas as idades e características raciais e com deficiências diversas.

Não empreguem atores ou atrizes sem deficiência para desempenharem papéis de pessoas deficientes em filmes de cinema ou na televisão.

Certifique-se de que as pessoas portadoras de deficiência sejam retratadas da mesma forma que as pessoas não deficientes.

ACESSO À INFORMAÇÃO E AO MEIO FÍSICO
Mídia alternativa

Procurem assegurar-se de que todas as publicações e apresentações relativas ao Dia Internacional estejam disponíveis a toda a população —incluindo pessoas com deficiência visual, auditiva ou mental.

Isto pode tornar-se dispendioso, mas existem maneiras de fazê-lo a custo baixo — emprestando equipamentos, contando com voluntários ou obtendo patrocinadores.

Palavra escrita

O material escrito deve estar disponível em grandes caracteres: pelo menos no tamanho 16 ou 18.

Em fitas de áudio e vídeo: quando gravarem, falem com clareza. Tentem fazer com que aquilo que vocês disserem fique interessante. Incluam títulos e cabeçalhos, descrevam as imagens e certifiquem-se de que quaisquer números, tais como estatísticas, sejam apresentados com bastante clareza.

Em braile. Uma organização de ou para pessoas cegas saberá quem pode fazer isto para vocês.

Escrevam em linguagem simples, sem os desnecessários palavreados longos. As imagens também podem ajudar a explicar.

Em reuniões ou eventos, apresentem ou distribuam material impresso, mas ao mesmo tempo leiam-no em voz alta.

Palavra falada

Quando falarem com alguém que tenha deficiência auditiva:

  • Fiquem de frente para ele enquanto falam.
  • Não cubram sua boca com as mãos.
  • Falem com clareza, nem muito vagarosamente nem muito rapidamente.
  • Se alguma pessoa utiliza a língua de sinais, providenciem um intérprete.

Certifique-se de que a iluminação é suficiente para que os rostos de oradores e intérpretes possam ser vistos.

Acesso ao meio físico

Considerem o acesso físico. Vocês necessitam rampas? Os sanitários são acessíveis? Alguém tem qualquer outra necessidade, por exemplo, uma tomada para o aparelho de respirar?

Procurem assegurar-se de que as salas e outros locais de reunião sejam declarados áreas para não fumantes, pelo menos durante o Dia Internacional. Muitas pessoas são seriamente prejudicadas pela fumaça, o que torna mais graves as suas deficiências.

Se vocês fumam, lembre-se de que ao fumarem vocês estão excluindo alguém da participação em reuniões. Todos nós sabemos o que isso significa.

Talvez uma sala possa ser reservada para os fumantes, se isso for absolutamente necessário.

AVALIANDO VIOLAÇÕES
Definindo violações de direitos humanos

É importante que a sua organização defina as violações.

Se um usuário de cadeira de rodas deseja comparecer a um evento público (social, cultural ou político) e ele não puder adentrar o local do evento porque o edifício não é acessível, um direito dele enquanto cidadão foi violado.

Uma pessoa cega, interessada em participar de um debate público mas sem acesso visual a um jornal no qual se baseiam as discussões, está em situação semelhante.

Presos sem cometerem crime nenhum

A institucionalização é uma das formas mais graves e comuns de exclusão e violação. A liberdade de associação fica limitada. A privacidade não existe. Freqüentemente as pessoas são impedidas de casar, ter filhos e votar. Em muitos casos, a institucionalização, nas palavras de muitos documentos internacionais de direitos humanos, configura um "tratamento cruel, desumano e degradante".

Lista de checagem sobre acessibilidade

Áreas para serem checadas:

Moradia. Existem casos acessíveis em quantidade suficiente?

Transporte. As pessoas deficientes conseguem entrar nos veículos e instalar-se livremente?

Educação. Todas as escolas locais são acessíveis?

Emprego. Os principais locais de trabalho são acessíveis?

Como são as atitudes dos empregadores? Os salários são os mesmos dos trabalhadores não deficientes?

Edifícios públicos. São acessíveis os prédios municipais, restaurantes, cinemas, teatro, bibliotecas, hotéis e recintos desportivos?

Atitudes. O que os lojistas locais, lideres religiosos, crianças, professores, políticos e profissionais da mídia pensam sobre pessoas deficientes? Como eles definem a deficiência?

Saber é poder

É importante conhecer a situação antes de tentar mudar as coisas. Quanto mais vocês puderem descobrir – fatos e números – melhor para suas campanhas.

EXEMPLOS DE VIOLAÇÃO

Visão global

Existem 500 milhões de pessoas deficientes no mundo – um décimo da raça humana. E 80% das pessoas com deficiência vivem em países em desenvolvimento. Um terço desses 80% é composto de crianças. Nos países em desenvolvimento, 80% das pessoas portadoras de deficiência vivem em zonas rurais.

Em todas as partes, pessoas deficientes estão entre os mais pobres dos pobres. A elas são negados o acesso a edifícios, a informação, a independência, oportunidades, a escolha de opções e o controle sobre a própria vida.

Estima-se que está entre 85 a 114 milhões o número de mulheres e meninas submetidas à mutilação genital, o que pode levar à deficiências severas, à infertilidade e até a morte. A cada dia, pelo menos 6.000 meninas correm esse risco.

Prevenção
  • Pelo menos um terço de todas as deficiências poderia ter sido evitado ou curado
  • 300.000 crianças ainda são atingidas pela pólio a cada ano.
  • A desnutrição causa deficiência em 1 milhão de pessoas por ano.
  • 20 milhões de pessoas cegas poderiam ter sua visão recuperada com cirurgias de catarata.
Reabilitação

Em alguns países, 90% das crianças deficientes não sobreviverão além dos 20 anos de idade e 90% das crianças com deficiência mental não sobreviverão além dos 5 anos de idade.

A Organização Mundial de Saúde estima que 98% das pessoas deficientes em países em desenvolvimento são totalmente negligenciados. A maioria dos países não possui sistema gratuito de cuidados médicos ou de seguridade social.

Segregação e discriminação

60% das pessoas deficientes americanas, canadenses e britânicas têm renda a baixo da linha da pobreza.

Em países em desenvolvimento, é extremamente improvável que as crianças deficientes recebam educação e mais tarde encontrem emprego.

Em países desenvolvidos, a maioria das crianças deficientes recebe educação segregada e de nível acadêmico abaixo do nível alcançado nas escolas comuns, e tem probabilidade duas vezes maior de ficar desempregada na idade adulta.

De acordo com a Organização Mundial do Trabalho, a taxa de desemprego entre as pessoas com deficiência é de 2 ou 3 vezes mais alta do que entre as pessoas sem deficiência.

Nenhum país possui sistemas de transporte plenamente acessíveis e apenas alguns países aprovaram leis pertinentes a logradouros públicos acessíveis.

Em muitos países, pessoas deficientes não podem votar, casar ou herdar propriedades. Às vezes, pessoas que não conseguem expressar-se oralmente ou por escrito são consideradas legalmente incapazes, embora existam outros meios de comunicação, como por exemplo a língua de sinais.

Em alguns países da América Latina, pessoas cegas não podem votar ou se candidatar à eleição, sob a alegação de que é difícil para elas votarem com responsabilidade ou guardarem o segredo do voto.

A deficiência é particularmente prejudicial para mulheres, crianças, negros, idosos, refugiados e outros grupos que experienciam a discriminação. Estas pessoas experienciam discriminação dupla ou até tripla.

DETALHES DE VIOLAÇÃO EM ALGUNS PAÍSES

Abaixo encontram-se alguns detalhes específicos de violação. Todavia, deve ficar enfatizado que nenhum país em todo mundo apóia plenamente os direitos humanos das pessoas com deficiência.

  • Afeganistão - Estimativamente, 2 milhões de afeganes têm algum tipo de deficiência. Estima-se que a cada ano outras 100 pessoas se tornam deficientes em conseqüência de doenças e explosão de campos minados.

    No final do ano de 1990, pelo menos 50.000 afeganes tiveram um ou mais membros amputados. Cerca de 40.000 afeganes receberam membros artificiais e outros 7.500 estão na lista de espera. Dezenas de milhões de outros afeganes tiveram lesões, tais como a perda de visão ou audição e lesão cerebral. O Afeganistão registra um alto índice de lesões devidas a doenças, guerras e acidentes e falta de serviços de cuidados básicos de saúde. O trauma de uma guerra, prolongada atinge inevitavelmente a saúde mental dos habitantes.

  • África do Sul - A cada dia, pessoas morrem por violência. Para cada morte, 3 pessoas adquirem lesões permanentes. De cada 3 mulheres, uma será estuprada. De cada 4 crianças, uma é sexualmente agredida. Mulheres deficientes e crianças deficientes são particularmente vulneráveis. 50% das crianças deficientes nunca foram à escola. 70% das pessoas com deficiência nunca tiveram um emprego.
  • Alemanha (1) - Desde 1989, uma campanha cruel de violência e intimidação contra pessoas deficientes na Alemanha ganhou força, paralelamente com ataques contra outros grupos minoritários.

    Instituições residenciais para pessoas deficientes foram alvo de bombas incendiárias. Pessoas com deficiência foram expulsas das praias do Mar Norte. Crianças com deficiência têm sido impedidas de participar de vagas escolares. Recentemente, um homem idoso portador de cegueira foi brutalmente espancado e morreu a caminho do hospital. Crianças com deficiência auditiva, em idade escolar, foram barbaramente espancadas por desordeiros que as viram usando a língua de sinais.

    Usuários de cadeira de rodas foram alvo de cuspidas e espancamentos e ouviram o aviso: "Na época de Hitler vocês seriam enviados à câmara de gás." O aviso fazia sentido: "A Solução Final" significava a morte de milhares de pessoas deficientes.

  • Alemanha (2) - No outono de 1992, um juiz da cidade de Flensburg concedeu a um casal de turistas o reembolso de 10% das despesas de viagem, sob a alegação de que eles tiveram que fazer refeições no restaurante de um hotel onde um grupo de pessoas deficientes também comia.
  • Bélgica - Mais de 3.000 deficientes continuam sendo erroneamente mantidos em instituições destinadas a pessoas que têm problemas de saúde mental.
  • Bósnia-Herzegóvina - Do número total de feridos na guerra, mais de 60% são civis. Destes, 40% foram feridos severamente e ficaram com lesões permanentes. No total, cerca de 160.000 pessoas foram feridas. A maioria delas tem lesões neurológicas e ortopédicas permanentes. Como são refugiados, estas pessoas não têm direito a cirurgias e serviços de reabilitação. Algumas delas foram submetidas à tortura e violência enquanto prisioneiras de guerra. Milhares de mulheres foram estupradas e traumatizadas através do exílio forçado e da destruição das casas, além de presenciarem o assassinato de maridos e filhos
  • Camboja - A cada mês, cerca de 200 pessoas são atingidas pela explosão de minas enterradas por todo interior do país durante a guerra. Dezenas de milhares de pessoas ficaram deficientes em conseqüência de sérias lesões de guerra, desde 1970.
  • Salvador - No dia 20 de maio de 1993, em San Salvador, a polícia de segurança disparou com rifles automáticos sobre um grupo de 5.000 pessoas deficientes que faziam passeata em prol de cuidados médicos e outros benefícios.

    Três pessoas com deficiências foram mortas e outras 10 a 15 pessoas deficientes ficaram feridas. Cerca de 30 pessoas foram detidas, incluindo 2 em cadeira de rodas que foram arrastadas ao longo das ruas pela polícia.

  • Europa - Mais de 500 pessoas foram atacadas e ficaram com lesões, muitas permanentemente, quando procuravam asilo político na Europa, em 1993.
  • Filipinas - Estima-se que cerca de 70% das mulheres, na região de cordilheira das Filipinas, têm severos sintomas clínicos de insuficiência de iodo. É provável que as crianças nascidas dessas mulheres venham a ter deficiências físicas e mentais, aprendizagem lenta, coordenação motora precária, pouco crescimento e surdez nervosa. Em alguns lugares, de cada 5 crianças, uma nasce com deficiência mental.
  • Grã Bretanha - Um homem portador de deficiência mental foi condenado por estupro e homicídio, após uma "confissão". Ele cumpriu 16 anos de uma pena perpétua quando foi absolvido em apelação. Evidência cientifica disponível, mas não utilizada no julgamento, provou que é impossível para ele ter cometido o crime.

    Na Grã-Bretanha, de cada 10 pessoas, uma é deficiente e, no entanto, os portadores de deficiência compreendem apenas 0,3% de toda a população universitária.

  • Grã-Bretanha e Estados Unidos da América - Na Grã-Bretanha e nos EUA, 65% das pessoas com deficiência vivem abaixo da linha da pobreza e têm probabilidade 2 vezes maior de ficarem desempregadas em relação a qualquer outro grupo populacional.
  • Grécia - Desde 1990, a situação na Ilha de Leros, na Grécia, é amplamente conhecida – pessoas com deficiência mental e pessoas com problemas de saúde mental foram colocadas em um mesmo grupo, sem privacidade, sem roupas adequadas, sem higiene ou alimentação.

    Um outro caso, o do Instituto Daphne, pode ser até pior. Mas o acesso ao caso foi proibido.

  • Holanda - Na Holanda, recentemente, um juiz declarou que uma pessoa deficiente não era igual ao restante da população geral e que, por isso, ela não poderia esperar tratamento igual. Esta pessoa deficiente estava apresentando no tribunal uma queixa de discriminação contra a Estrada de Ferro Holandesa.
  • Japão - 350.000 pessoas com problemas de saúde mental estão hospitalizadas, a maioria das quais por dez anos ou mais. Mais de 50% delas estão em alas de confinamento. A grande maioria delas foi compulsoriamente detida por recomendação das próprias famílias ou de gabinetes de prefeituras locais.

    A legislação tutelar assegura que pessoas que deixam o hospital sejam controladas pelo resto da vida. O egresso permanece sob a responsabilidade legal da própria família ou da prefeitura local.

    A discriminação no emprego é quase total para egressos psiquiátricos e leis nacionais os impedem de exercer ocupações na medicina e como cabeleireiros. Algumas províncias têm regulamentos de utilizar banheiros públicos e outros edifícios públicos.

  • Malásia - No Hospital Hope Of Glory, em Selangor, 100 pessoas deficientes com idade que vão de 15 a 25 anos, estão amarradas às camas, que não têm colchões, e ficam chafurdadas na própria imundice e são lavadas com jatos d’água.

ORGANIZAÇÕES PERTINENTES À DEFICIÊNCIA

  • Disabled Peoples’ International (DPI) defende os direitos das pessoas portadoras de deficiência. Sua filosofia consiste em igualdade em todas as sociedades do mundo. A rede da DPI possui mais de 100 membros que são organizações nacionais, das quais mais da metade em países em desenvolvimento. A DPI tem status consultivo junto à Organização das Nações Unidas (ONU).
  • IMPACT é uma iniciativa internacional contra deficiências evitáveis, lançadas pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Organização Mundial de Saúde (OMS) e fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). O escritório internacional em Genebra coordena fundações nacionais do IMPACT em vários países em desenvolvimento e meios de comunicação em massa, as fundações ajudam a iniciar medidas de baixo custo para combater deficiências.
  • Inclusion International (International Leage of Societies of Persons with Mental Handicap) é a única organização que fala pelos 40 milhões de portadores de deficiência mental no mundo, suas famílias e as pessoas que trabalham junto a eles. A entidade inclui 100 organizações espalhadas em 67 países e existe para ajudar seus membros a atingir seus respectivos objetivos em respostas às necessidades locais. A Inclusion International tem status consultivo junto à ONU.
  • Reabilitation International é uma federação de 145 organizações em 82 países, que desenvolve programas destinadas a ajudar pessoas com deficiência e todos aqueles que trabalham na prevenção, reabilitação e integração.
  • Word Blind Union (WBU) é constituída por representantes de 120 organizações nacionais de pessoas com deficiência visual e por entidades que as atendem. As pessoas deficientes compartilham do controle da WBU. A meta da WBU é a equiparação de oportunidades e participação plena para pessoas portadoras de deficiência . A WBU tem status consultivo junto a ONU.
  • World Federation of the Deaf (WFD) é uma organização internacional de associações nacionais de surdos. A WFD foi estabelecida em 1951 e se dedica à participação plena e igualdade de direitos das pessoas com deficiência auditiva. A WFD tem status consultivo junto a ONU.

ENDEREÇOS

  • Disability Awareness in Action(DAA). 11 Belgrave Road, London SW1V 1RB (Grã-Bretanha). Tel: + 44 71 834 0477. Fax: + 44 71 821 9812.
  • Disabled Peoples’ International (DPI). 101-7 Evergreen, Winnipeg, R3L. 2T3 (Canadá). Tel + 204 287 8010. Fax: + 204 287 8175.
  • Economic and Social Commission for Asia and the Pacific (ESCAP). United Nations Building. Rajdamnern Avenue, Bangkok 10200 (Tailândia). Tel + 66 2 282 9161. Fax: + 66 2 282 9662.
  • Economic and Social Commission for West – em Asia (ESCWA). P.O. Box. 927115, Amman (Jordânia). Tel + 962 6 694 351. Fax: + 962 6 694 980 82.
  • Economic Commission for Africa (ECA). P.O. Box 3001, Addis Abeba (Etiópia). Tel: + 251 1 517 200.
  • Economic Commission for Europe (ECE). Palais des Nations, 1211 Geneva 10 (Suíça). Tel: + 41 22 73460 11. Fax: + 41 22 739825
  • IMPACT, c/o WHO. Room 1.225,20 Avenue Appia, CH-1211, Geneva 27 (Suíça). Tel: + 41 22 791 3733. Fax: + 41 22 792 0746.
  • Inclusion International International League of Societies with Mental Handicap – ILSMH. 248 Avenue Louise, bte. 17 Brussels, B-1050 (Bélgica). Tel. + 32 2 647 6180. Fax: + 32 2 647 2969.
  • Reabilitation International. 25 East 21 st Street. New York, NY 10010 (EUA). Tel: + 212 420 1500. Fax: + 212 505 0871.
  • United Nations Centre for Human Rights. 8-14 Avenue de la paix, CH- 1211, Geneva 10 (Suíça). Tel + 41 22 907 1234. Fax: + 41 22 917 0123.
  • Word Blind Union. 224 Creat Portand Street, London W1N 6AA (Grã-Bretanha). Tel: + 44 71 388 1266. Fax: + 44 71 388 1266. Fax: - 44 71 383 –0508.
  • World Federation of the Deaf. P.O. Box. 65, SF –00401 Helsinki (Finlândia). Tel: + 358 0 58031. Fax + 358 0 580 3770.

Uma lista mais completa de endereços internacionais e regionais está disponível na DAA e no PRODEF.

POSFÁCIO À EDIÇÃO BRASILEIRA

Em novembro de 1994, a convite do prof. Adail Vettorazzo, Secretario Municipal da Família e Bem Estar Social (FABES) da Prefeitura de São Paulo, esteve na Capital paulista o sr. Mamadou Barry, Chefe da Disabled Persons Unit da Divisão de Política e Desenvolvimento social da ONU, com a finalidade de proferir a Palestra Magna de Abertura do I Simpósio de Equiparação de Oportunidades para pessoas com Deficiência – I SIMPEQ.

Nessa mesma ocasião, ao tomar conhecimento dos objetivos do PRODEF – Programa de Atendimento aos Portadores de Deficiência da FABES, o sr Mamadou Barry mencionou a existência do documento "Information Kit to Suport the International Day of Disabled Persons: 3 December, a Day to Promote the Human Rights of All Disabled People". Em seguida , o PRODEF solicitou ao Centro de Informações das Nações Unidas um exemplar desse documento, no que foi atendido de imediato.

Dada a extrema utilidade do documento, o PRODEF escreveu à Disability Awareness in Action (DAA) responsável pela edição do documento, solicitando autorização para fazer a tradução do mesmo para a língua portuguesa. E, ao mesmo tempo, enviou ao PRODEF dez exemplares da edição em português, lamentando a impossibilidade de enviar outros exemplares mas deixando a critério do PRODEF uma solução para que o documento fosse disseminado um maior número de destinatário.

Na leitura do texto, porém, constatou-se que a tradução foi realizada na versão lusitana da língua portuguesa. Como se sabe, existe uma enorme diferença no significado de muitas palavras e expressões idiomáticas entre o português do Brasil e o português de Portugal. Existem também diferenças importantes no modo de grafar e acentuar palavras. E tudo isso contribui para desestimular a leitura do texto e/ou comprometer o entendimento por parte do leitor brasileiro.

Assim sendo, decidiu o PRODEF fazer uma tradução sua diretamente do texto original inglês. E para realizar essa tarefa, foi incumbido o sr Romeu Kazumi Sassaki, profissional com longa experiência em trabalhos de tradução no campo da deficiência.

Em seqüência o PRODEF procurou a ajuda da APADE, Associação de Pais e Amigos de Portadores de Deficiência da Eletropaulo no sentido de tornar realidade a publicação deste documento. A APADE, concordando com a importância da divulgação de tão importante texto, solicitou à alta direção da ELETROPAULO – Eletricidade de São Paulo S.A. que imprimisse o presente documento, no que foi prontamente atendida. A Secretaria Municipal da Família e Bem-Estar Social, da Prefeitura de São Paulo, por intermédio do PRODEF AGRADECE à Eletropaulo por esta valiosíssima colaboração e à APADE pela intercedência.

Quanto a observância do Dia Internacional das Pessoas com deficiência em nosso país, quatro fatos merecem registro.

  • A Câmara Municipal de São Bernardo do Campo, no Estado de São Paulo, aprovou em 27-8-93 a Resolução Nº 1.199 que dispõe sobre a realização de sessão solene em comemoração ao Dia Internacional, anualmente no mês de dezembro e de preferência no dia 3. Ela já realizou tal solenidade em 1993 e 1994.
  • O Prefeito do Município de São Paulo, por iniciativa da Secretaria da Família e Bem-Estar Social, assinou em 30-5-95 o Decreto Nº 35.161, que institui a Semana da Pessoa Portadora de Deficiência, a ser comemorada, anualmente de 3 a 10 de dezembro. Nas considerações, o Decreto justifica o dia 3 por ser o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência e o dia 10 por ser o dia dos Direitos Humanos.

Nota do Tradutor: Vocês podem saber mais sobre os direitos humanos através do Centro de Informação das Nações Unidas, com endereço no Palácio Itamaraty 196, Av Marechal Floriano, 196, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20080-002, TEL. (021) 253-2211 e fax (021) 233-5753. Ou contatando a Disabled Persons Unit, Room DC2-1302, DSPD/DPCSD, 2 United Nations Plaza, New York, NY 10017, EUA, tel. (212) 963-3897 e fax (212) 963-3062.

Trechos de alguns documentos sobre direitos humanos de relevância particular para pessoas deficientes encontram-se na publicação Consultation and Influence, edição nº 2 da série DAA Resource Kit (Disponível em inglês ou espanhol no endereço da Disability Awareness in Action.

Fonte: SICORDE

sábado, 5 de dezembro de 2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Histórinhas para ouvir

70 histórias infantis para ouvir e baixar!





Você pode escutar as histórias, antes de baixar!
  • Para ouvir, clique no centro do player!
  • Para baixar, clique no título!

1.O Saci-Pererê





2.Festa no Céu!



3.A bela adormecida



4.A boneca e o palhacinho


5.A cigarra e a formiga


6.A flautinha encantada



7.A estrelinha azul


8.A escolinha do papagaio



9.A formiguinha e a pomba



10.A galinha ruiva



11.A formiguinha e a neve


12.A bela e a fera



13.A gata borralheira



14.A goela do inferno



15.Aladin e a lâmpada maravilhosa



16.A roupa nova do imperador



17.A lebre e a tartaruga



18.A moura torta





19.Ali Babá e os 40 ladrões



20.Alice no país das maravilhas



21.Briga no galinheiro



22.Dona galinha e seus pintinhos



23.João e Maria



24.Festival da Primavera



25.Aventuras do macaquinho



26.Branca de neve e os 7 anões



27.Briga no galinheiro



28.Dona baratinha



29.Era uma vez uma batatinha



30.Menino Lobo



31.O bolo de Natal



32.O bonequinho de neve



33.O bonequinho de pão-de-ló



34.O burrinho e o sal


35.O carvalho e o junco



36.O cabra cabrez



37.O burrinho trololó




38.O burro e o grilo



39.O casamento do sapo




40.O festival de pipas



41.O pintinho Quiquiriqui



42.O soldadinho de chumbo



43.O pequeno polegar



44.O leão e a cobra



45.O veado e a onça



46.O trenzinho de chocolate



47.O leão cantor


48.O velho, o garoto e o burro



49.Os 4 heróis



50.Os 3 machados e os 3 desejos


51.Os coelhinhos de páscoa



52.Os 2 sapos



53.Os 3 porquinhos



54.Pedro e o lobo



55.Viveiro de pássaros



56.PeterPan



57.Violino e o gato



58. A galinha dos ovos de ouro



59.O patinho feio



60.Pinóquio



61.O rouxinol do Imperador



62.Rapunzel



63.Macaco Simão



64.Os músicos de Bremen



65.Os 3 cabritinhos



66.O sapo bicão


67.O galinheiro da Teresa



68.A formiguinha



69.A pequena Sereia



70.O macaco e a velha



71.As empadinhas de Sinhá Marreca

FONTE:http://espacoeducar-liza.blogspot.com/search/label/Audiobooks

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

QUER NOS CONHECER?

Taciana Velho da Silva












Simone Serafim Guisalberti










Alice Puchalski Von Groll











Clenir de Oliveira Dantas









Alexan
dra Pereira da Silva



Pessoal, resolvi colocar nossas fotos porque acho que uma grande qualidade deste grupo é não ficar queixando-se por falta de tempo e deixando o trabalho para os outros fazerem. Temos trabalhado juntos, sabemos das limitações de cada um, todos trabalham muito, a maioria três turnos. Alguns em três escolas diferentes (né Xanda?) mas isto não é desculpa para deixar o trabalho por fazer.
Parabéns à todos nós: Gente de fé!

"Falta de tempo é desculpa daqueles que perdem tempo por falta de métodos."

domingo, 29 de novembro de 2009

ACESSIBILIDADE X MERCADO DE TRABALHO

Alguns lugares onde é possível encontrar cursos profissionalizantes e vagas no mercado de trabalho:
· Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e de Altas Habilidades -FADERS- http://www.faders.rs.gov.br/
Entre tantas informações, o site divulga vagas de trabalho para deficientes em grandes empresas no RS, além de ser possível ajustá-lo as condiçoes de visão específicas do leitor.

· Projeto I.s.c.a. Inclusão Social Capacitação e Acessibilidade - http://www.agcocorp.com.br/respSocialProjIsca
Iniciativa da AGCO que insere pessoas com deficiência no mercado de trabalho, contribuindo para qualificação, capacitação e integração desses trabalhadores. Contando com seu próprio pessoal, essas equipes estudaram a realidade dos deficientes, adequaram as linhas de produção e chegaram a um formato viável, acessível e bem-sucedido de inclusão, superando a barreira dos altos custos operacionais.
· Inserção da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho - É um sistema integrado de bases de dados e serviços, com acesso gratuito pela Internet, onde pessoas com deficiência podem, com facilidade, disponibilizar e atualizar seus currículos, além de consultar vagas de trabalho colocadas pelas empresas, também em espaços gerenciados por elas.O sistema, projetado para atuar em todo território nacional, pretende colaborar efetivamente com a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, estimulando e viabilizando o contato entre as empresas e instituições diversas e os candidatos a uma vaga de trabalho, de forma a acolher e acomodar o maior número de pessoas, e evitar situações ou atitudes que promovam a exclusão.As páginas web são baseadas nas recomendações de acessibilidade do consórcio internacional W3C possibilitando assim a utilização do sistema por pessoas com deficiência visual, auditiva, motora ou intelectual http://www.selursocial.org.br

· O site http://www.abril.com.br/aempresa/trabalhenaabril/pgart_0307_25102002_54.shl mantém o banco de dados de vagas da Editora Abril. Lá, encontra-se um banco de dados criado especialmente para candidatos com deficiência. O cadastro do currrículo é grátis. O site é mantido pelas empresas que publicam as vagas.

· O site Deficiente Eficiente mantém um espaço para cadastro de currículos exclusivo para portadores de deficiência. Essas informações são mantidas em caráter permanente, ou até que o interessado solicite a retirada. Eles não oferecem a vaga de emprego, mas disponibilizam as informações para consulta por parte das empresas. Os interessados devem enviar o curriculum para o e-mail deficienteeficiente@deficienteeficiente.com.br

· CIEE - Centro de Integração Empresa Escola- oferece convênios com escolas de educação especial e instituições especializadas no atendimento e capacitação de pessoas portadoras de deficiências (física, sensorial, visual, auditiva ou mental). O objetivo é o de propiciar a colocação desses jovens no mercado como estagiários ou como trabalhadores registrados. Para pôr em prática esse serviço, a instituição criou um banco de dados com informações completas sobre os candidatos, bem como, sobre as instituições mantenedoras- http://www.ciee.org.br/

sábado, 28 de novembro de 2009

INCLUSÃO DE DEFICIENTES VISUAIS É DESTAQUE NA BIBLIOTECA LIVROS SOBRE TRILHOS DA TRENSURB

· A biblioteca já tem sua primeira associada cega inscrita e oferece 11 títulos em braile. No total , já atingiu 384 sócios e emprestou 537 livros, desde a sua inauguração, em 15 de dezembro de 2008 (Quarta-feira, 25 de Março de 2009) - http://www.trensurb.gov.br

ESPAÑOL Y LITERATURA PARA TODOS

• Tiflolibros - Libros Electrónicos para Ciegos - http://www.tiflolibros.com.ar/
É uma biblioteca virtual de acesso gratuito para cegos e deficientes visuais. Esta biblioteca, chamada tiflolibros foi organizada por deficientes visuais da Argentina e Espanha. Hoje os livros a disposição dos interessados chegam a o número de oito mil e continuam crescendo de dia em dia. A maioria dos livros que foram escaneados e colocados na biblioteca possui textos em espanhol mais também existem livros em outros idiomas. Tiflolibros ainda funciona como lista de discussão e troca de idéias entre os integrantes.
¡ MIRA QUE BUENO!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Educação Física adaptada para pessoas portadoras de necessidades visuais especiais


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cegueira é:

"Uma acuidade visual inferior a 3/60 (0.05) é considerado como cegueira ou uma perda equivalente do campo de vista no melhor olho com a melhor correção possível (categorias da deficiência visual 3.4 e 5 do CIE-10). Consiste na perda da visão dos arredores em que a pessoa se move".

As pessoas portadoras de cegueira precisam utilizar o Sistema Braile como principal meio de comunicação, pois só assim podem estar inseridas no processo ensino-aprendizagem e adquirir conhecimentos. Ainda de acordo com a OMS, "considera-se como uma visão subnormal uma acuidade visual inferior a 6/18 (0,3), mas igual ou melhor que 3/60 (0,05) no melhor olho com a melhor correção possível (categorias de deficiência visual 1 e 2 da CIE-10)". Algumas pessoas com visão subnormal necessitam de iluminação apropriada, auxílios ópticos, textos com letras ampliadas ou complementam as atividades com o alfabeto Braile. Uma estimativa da OMS em 1993 mostra que 10% da população brasileira é portadora de deficiência, sendo 0,5% portadores de deficiência visual, num total aproximado de 700 mil cidadãos.

Através da visão, o ser humano pode identificar e distinguir objetos, cores, formas, tamanhos e distâncias. Esse é um sentido de grande valor na captação de estímulos e projeções espaciais, facilitando o relacionamento do homem com o meio em que ele vive; exatamente por isso, na maioria das vezes, os cegos têm as suas relações pessoais comprometidas através da exclusão social, pois fogem do padrão de normalidade estabelecido. Obviamente essas pessoas poderiam ocupar um lugar digno na sociedade, uma vez que toda ação individual deve ser valorizada independente de raça, cor, credo ou necessidade especial.


Esquema corporal

Esquema corporal é o conhecimento que a criança tem do próprio corpo. A construção mental desse esquema corporal é ligada à história de vida de cada indivíduo, respeitando as influências culturais e individuais.Tanto as pessoas cegas como as ditas normais não constroem sozinhas o esquema corporal. Principalmente nos cegos congênitos, além da necessidade do toque corporal, há também a necessidade de diálogo verbal com os pais, sobre o esquema corporal e a imagem do seu corpo. No entanto, se este diálogo verbal não for bem esclarecido, devido à perda de elementos da comunicação não-verbal (posturas, gestos e expressões faciais), a imagem do corpo do cego congênito poderá ficar deturpada, influenciando no seu movimento. (TELFORD & SAWREY, 1988).

O simples fato do individuo cego exercer seu direito de ir e vir estimula a memória, a organização espaço-temporal e certamente contribui para a interação com a sociedade, porém freqüentemente notamos alguns problemas que impedem essa "autonomia" como, por exemplo: restrição da mobilidade independente em ambientes não familiares, limitação da percepção de objetos grandes demais para serem percebidos pelo tato, dentre outros. O corpo precisa passar por essas experiências para se construir um ser social.

É necessário evitar a mecanização das expressões do corpo no espaço, proporcionando mobilidade e possibilidades de diversas vivências corporais. Isso é importante para que a pessoa cega sinta seu corpo no espaço usando a locomoção e a orientação, adquirindo consciência da existência de objetos e de seu próprio corpo. Segundo Junior e Santos (2001):

Deve-se entender orientação e mobilidade como um conjunto de técnicas que visam organizar as noções de espaço, tempo, movimento e distancia. O portador de deficiência visual, através de um treinamento senso-perceptivo, buscará desenvolver uma locomoção mais desembaraçada e uma inter-relação entre seu corpo e os objetos circundantes, que permitam orientar-se com segurança. (s/p).

A ocupação de espaços se dá através do estado ou da mobilidade de um corpo e se solidifica pela manutenção dessa mobilidade ou desse estado. Por causa disso, há uma grande preocupação com a orientação e mobilidade do cego, que se inicia na adequada estruturação espaço-temporal. Assim, o cego tem condições de usufruir e exercer o direito de ir e vir com independência.

A preocupação com a orientação, locomoção e independência das pessoas cegas vêm sendo motivo de interesse há muito tempo. Esse assunto surgiu em 1929, com o uso de cães-guias, nos EUA. Após a II Guerra Mundial, a orientação foi sistematizada para atender ao número elevado de soldados que ficaram cegos, com o objetivo de torná los o mais independente possível. Mais tarde, o médico Richard Hoover, preocupado com o aspecto funcional das bengalas de madeira, que possuíam muito peso, desenvolveu uma bengala mais leve e com técnica adequada, que passou a chamar-se bengala longa ou Hoover, funcionando como extensão do corpo. A bengala possui tanta importância que, no dia 15 de outubro, festeja-se o Dia Internacional da Bengala Branca (desde 1980). A data foi eleita na França, durante o encontro da União Mundial de Cegos (UMC), que vê na bengala o símbolo da integração na sociedade das pessoas cegas. Organización Nacional de Ciegos, (1938)


A vez dos cegos na escola

Segundo Junior & Santos (2001) nos anos 60 houve expansão do ensino integrado, que aconteceu por ter sido incluída na Legislação de Ensino pela primeira vez no Brasil, um dispositivo referente à educação de Excepcionais - Lei de Diretrizes e Bases, 1971: "Artigo 88 - A educação de excepcionais deve, no que for possível, enquadrar-se no Sistema Geral de Educação, a fim de integrá-los na comunidade". Esse foi um grande passo para que acontecesse uma maior integração entre as pessoas ditas normais e as cegas, proporcionando a merecida igualdade de direitos e tentando findar o preconceito. Hoje em dia, há um grande apelo pela educação inclusiva; esperamos que esse movimento cresça e realmente "inclua" todas as pessoas portadoras de necessidades especiais.


A importância da Educação Física

A educação física enfatiza o conhecimento e domínio corporal e busca, através de atividades lúdicas e esportivas, servir como importante elemento de desenvolvimento geral, aumentando o potencial de experimentação corporal de situações de aprendizagem e de aquisição de conceitos básicos. Desenvolve a auto-confiança, a auto-iniciativa e a auto-estima, além de atuar como elemento facilitador de um desenvolvimento motor adequado e propiciador de situações de interação social.

Há algumas atividades comumente praticadas pelos deficientes visuais como: natação, judô, musculação, dança, recreação, atletismo, futebol, futebol de salão, xadrez, além de thorball e o goalball (modalidades esportivas que foram inventadas e desenvolvidas especificamente para pessoas portadoras de necessidades visuais especiais).

As pessoas cegas, especialmente as crianças, geralmente apresentam desempenhos inferiores nas áreas motora, cognitiva e afetivo-social. A defasagem apresentada não é própria da condição de cego, mas sim em função de um relacionamento familiar inadequado e, principalmente, é causado pela própria problemática da realização motora. A família, muitas vezes super protege a criança cega e isso dificulta seu desenvolvimento motor geral. Como já foi dito antes, quanto menos a criança cega interage fisicamente no ambiente, menos ela experimenta situações de aprendizagem, menos oportunidades ela tem de formar conceitos básicos, menos ela relaciona-se com o ambiente e com as pessoas e mais ela se fecha dentro do seu mundo particular e restrito pela falta de informações visuais.

Com relação ao domínio sócio-afetivo, freqüentemente apresentam medo de situações e ambientes desconhecidos, dependência, dificuldade de relacionamento e integração, insegurança, baixa auto-estima e auto-confiança. Já no campo cognitivo podemos observar limitação na captação de estímulos e dificuldade na formação de conceitos. Ainda tem um grande comprometimento na área psicomotora, principalmente pela impossibilidade de imitação que dificulta a aprendizagem e diferentes vivências motoras e sensoriais.

Sem dúvida a educação física é um importante aliado na interação social, no incremento das funções da inteligência e principalmente no desenvolvimento das condições motoras dos indivíduos cegos. Através de atividades lúdicas, podemos alcançar os 3 domínios e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. As defasagens no desenvolvimento geral da criança cega, que se apresentam como estatisticamente relevantes, são mais acentuados na área motora. Estas se dão, não por um déficit anátomo-fisiológico inerente à criança congenitamente cega, mas sim pela limitação de experiências motoras em diversos níveis.

Os estágios de desenvolvimento motor da criança cega apresentam-se com freqüência as seguintes defasagens:

A chamada educação física adaptada ou especial consegue minimizar e otimizar esses problemas, se o trabalho for realizado por um profissional competente e habilitado. Ela utiliza o corpo da criança cega como instrumento. Partindo do conhecimento e domínio deste corpo, ela usa o movimento controlado como meio, o respeito absoluto a individualidade do aluno como estratégia básica, o prazer da descoberta de poder fazer como reforço, tendo como fins o embasamento e a potencialidade de seu desenvolvimento geral, buscando propiciar condições favoráveis à sua trajetória acadêmica e, futuramente, à sua emancipação social.

A criança portadora de necessidades visuais especiais tem absoluta necessidade de descobrir, conhecer, dominar e relacionar o seu próprio corpo com o ambiente e com as pessoas. Somente assim ela se identificará como ser inédito, formando o seu "EU", interagindo no ambiente e em seu grupo social, é uma etapa de seu desenvolvimento que não pode ser queimada. Essa criança necessita de ações que permitam construir uma nova postura em relação a sua realidade, superando os comprometimentos físicos e estabelecendo um comportamento de interação e integração com as pessoas e o mundo a sua volta.


Concluindo...

É importante ressaltar o grande valor que a educação física adaptada ou especial tem, pois proporciona as pessoas portadoras de necessidade visuais especiais uma melhor qualidade de vida, socialização, bem-estar, treinamento dos sentidos, conhecimento do esquema corporal, além de outros estímulos e vivências que em outras atividades não seria possível.

Utilizar a educação física para promover e despertar as potencialidades de uma pessoa cega é muito mais do que gratificante, é um dever muito prazeroso.

FONTE:http://www.efdeportes.com/efd111/educacao-fisica-adaptada.htm acessado em 27/11/2009